Quando eu era pequena, meu pai comentou algumas vezes sobre um “tal” de Henfil, artista famoso, cartunista, que morou (aqui) em Natal e irmão do sociólogo Betinho. O primeiro contato que eu tive com algo do Henfil foi na escola, e com o passar dos anos fui conhecendo mais sobre esse artista admirável.
Henfil foi um quadrinista, cartunista/chargista, jornalista e escritor brasileiro. Nasceu em Ribeirão das Neves, e cresceu na periferia de Belo Horizonte. Seu primeiro trabalho como cartunista foi em 1964 na revista Alterosa. No ano seguinte passou a colaborar com jornais e revistas como Placar. Em 1969, mudou-se para o Rio de Janeiro, e começou a trabalhar no Jornal do Brasil, como redator, e do semanário O Pasquim, colocando em destaque a crítica social e o humor negro da tira Os Fradinhos, que havia sido publicada pela primeira vez em 1964. Morou em Natal (RN), mais precisamente na Praia dos Artistas, de 1976 a 1978, onde colaborou, de longe, para O Pasquim, e publicações como o Jornal do Brasil e a Revista Istoé.
O Pasquim foi um dos mais influentes jornais de oposição a ditadura militar do país, e encerrou sua publicações em 1980.
Para falar do próprio, uso aqui as palavras de Márcio Malta, ilustrador e autor do livro Henfil – O Humor Subversivo: “Henfil desenvolveu uma obra comprometida e teve grande influência nos rumos do humor político. Seu traço era sintético, objetivo, aliado a um forte comprometimento político e ele tinha o desejo de ser compreendido pelo maior número possível de pessoas. Henfil tinha um estilo único, desprendido de formalismo acadêmico. O seu traço cativava os leitores, que contraíam com os personagens do cartunista uma relação de carisma e afeto.”
Se estivesse vivo, Henfil completaria 66 anos hoje.
“Enquanto acreditarmos em nossos sonhos, nada será por acaso.”
Henfil
Juliana Cortês